segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ser pobre é...

  padecer, (quase sempre) na ignorância!

Antes que me venhas com discursos prontos anti preconceito e coisas do tipo,
Preciso relatar um acontecimento que presenciei hoje, mas já tenho visto há
algum tempo.

Hoje no ônibus,oito horas da noite, depois de um dia de trabalho e depois
de ter trocado de ônibus pela segunda vez (sim pobre faz baldeação, aliás
baldeação de tudo que é tipo, ônibus, metro, trem, se duvidar de carroça tb),
enfim, já no meu segundo ônibus, começo a ouvir um sonzinhu, achei que eu não
tinha tido essa sorte novamente, e isso seria só uma impressão. Mas não,
era um moço de boné de lado, com o celular ligado escutando um belo e poético
funk, e dos proibidos, como é conhecido o funk cheio de asneiras. Ele ouvia
algo do tipo: - as velhas passam mal, as novinhas se agitam é a dança do
levanta o c.... -
Isso acaba com qualquer possibilidade de voltar em paz pra casa! Fico pensando
se esse ser abestalhado já chegou a pensar que junto com ele no ônibus
há cerca de 40 pessoas, ainda mais nesses horários, e que essas pessoas
podem não gostar do mesmo tipo de "música" que ele ouve?
Que da mesma maneira que ele (provavelmente) não gosta 9ª sinfonia de
Bethoven, as pessoas não tem a mínima vontade de voltar pra casa ouvindo
o que vai ser enfiado no rabo de quem!
Fiquei pensando qual seria a sua atitude se eu ligasse bem alto meu celular
e colocasse Satisfaction, qual seria sua atitude?
Outro dia o cara do meu lado estava ouvindo um pagode breeegaaa todo empolgadão,
eu fechei bem a cara, peguei o meu fone dentro da bolsa e ainda dei uma olhadinha
pro lado, bem discretamente, a cara dele : parecia que ficou ofendido, acredita?
Eu é que tinha de ficar ofendida, ora bolas! se não bastasse o pagode brega,
ele tinha de sentar ao meu lado?
Se ele tivesse o mínimo de educação perceberia quando o direito dele acaba
e começa o do outro.

É, essas coisas realmente acontecem.
(set/2010)

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